segunda-feira, janeiro 31

UM GODARD INSUPORTÁVEL


Vi o Filme socialistas. Li algumas criticas sobre o filme. Repetem lugares comuns, os  press-releases, as palavras de ordem se curvando ante o ídolo da novellle vague. Eu sou daquele tempo. E esse filme não só é "daquele tempo", é muito velho e chato, mas sobretudo muito pretensioso.
            Quem quiser posar de inteligente, pode repetir o receituário em que ele se baseou: fragmentos,  retalhos da modernidade, comentário sobre a vida histórica e social da desalentada Europa. É uma obra feita às pressas, uma colagem de 3 partes que não resultou em conjunto. E só se assiste a esse filme com muita dificuldade. A platéia estava ali sem saber o que fazer, pois tinha recebido instruções da imprensa de que iam ver um filme genial. As frases soltas pretendem ser profundas e são bobas. Um retalho da retórica filosófica francesa de ontem e hoje. O filósofo Badiou ali presente, não acrescenta nada. Citação de Derrida, só o põe no ridículo com a caricatura do que é origem. O filme é uma citação caótica de remorsos de um europeu confuso, que perdeu o bonde da história e da estética.

PS. Em compensação vi 2 filmes  não pretensiosos e interessantes nesta semana: O LOUCO AMOR ( a historia da relação de YSLaurent e Pierre Berger) e "Além da vida" do correto Clint Eastwood.